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Quem somos ?

quarta-feira 24 de Junho de 2009, por OCLibertaire

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O capitalismo domina com ainda maior força o mundo hoje que o fazia no passado. O sistema económico demonstrou, no decorrer do século XX , a sua incapacidade a suprimir as desigualdades, a miséria e a exploração.

Pelo contrário, disso se alimenta e é a causa : guerras, massacres e fome se multiplicaram sobre o planeta como nunca ; os anos de colonialismo e de néocolonialismo acelararam as pilhagens das matérias primeiras dos povos do Sul ao mesmo rítmo que o extermínio de populações inteiras ; o desenvolvimento tecnológico concebido como fonte de benefícios acarretou uma lenta e inexorável destruição do eco-sistema do planeta.

Por todas as partes, a exploração dos proletários por uma minoria de privilegiados ao serviço da burguesia que compra a preço de miséria os serviços de batalhões de trabalhadores precários, submetidos à flexibilidade e constantemente ameaçados pelo desemprego, é cada vez mais opressante.

Este sistema capitalista nós desejamos destruí-lo. Ele não é, nem eterno nem o melhor dos mundos possíveis, ao contrário do que querem fazer-nos acreditar os seus defensores, de qualquer campo que eles sejam.

Comunista...

Nós lutamos por uma sociedade na qual os meios de produção e de trocas serão geridos não pelos seus popriétários « legais » actuais ou pelos burocratas do Estado, mas directamente pelas pessoas a quem em primeiro lugar isso diz respeito, os próprios produtores. Uma gestão assegurada por assembléias de base, por conselhos de fábrica, de bairro, de vila, de cidade e de região, compostas por aqueles e aquelas que ali vivem e trabalham, e que se dão assim a possibilidade de se federar libremente para determinar a quantidade, a qualidade e a utilização da produção. Uma sociedade na qual o princípio de base será « De cada qual segundo as suas possibilidades a cada qual segundo as suas necessidades » : uma sociedade económicamente comunista, sem classes e sem Estado.

Partidos e sindicatos não poderão ser os gerentes desta nova forma de organização e de repartição, mas unicamente forças de proposição. Nessas novas estruturas, todas as formas permanentes de delegação de poder sem mandado preciso nem revogação possível em qualquer momento, de Partido-guia, de Parlamento, de estruturas estatais, serão afastadas para deixar lugar à auto-organização dos proletários.

As modalidades de aplicação do comunismo libertário não são a determinar com antecedência : elas dependem das situações gerais e particulares, das formas locais de cultura, das possibilidades e dos desejos. No entanto, o comunismo libertário não é nem se trata duma vaga utopía. A história das revoltas e de tentativas de revolução pulula de exemplos duma aplicação concreta do nosso projeto anarquista revolucionário, adaptado às situações particulares duma época ou de um lugar — a Comuna de Paris, os soviétes na RÚssia de 1917, a insurreição maknovista na Ucrânia de 1918 a 1921, as coletivizações na Espanha de 1936, os conselhos operários na HÚngria em 1956, etc.

O Nosso projeto comunista libertário está nos antípodas do comunismo estatal que dominava nos paises de Leste. Este Último desmoronou-se, e nós não podemos sentir outra coisa que regozijo! Já lá vão mais de oitenta anos que a corrente libertária denunciava esses países ditos comunistas como sendo apenas ditaduras sangrentas, que praticavam um capitalismo de Estado tendo substituido a forma clássica de propriedade privada à dominação duma classe burocrática dirigindo a produção e os negócios por sua própria conta.

O modelo social-democrata, que esperava chegar ao socialismo por uma sucessão de reformas acaparando-se do poder de Estado pelas eleições, chocou contra o todo poderoso modelo capitalista, que ora se serve da repressão ora da integração. Há já muito tempo que os « socialistes » renunciaram a lutar por uma sociedade igualitária e sem exploração.

 ... e Libertária

Mas a opressão que queremos ver suprimida não se limita apenas a uma esfera unicamente económica. Ela toca a todas as relações de poder. Nós queremos uma sociedade políticamente libertária sem dominação de nenhuma espécie.

Por isso lutamos contra todas as formas de uniformização (dos modos de vida, das culturas, da producção e da consumação) impostas pelo desenvolvimento capitalista.

Lutamos também por novas relações entre os homens e as mulheres, onde a valorização da virilidade e a submissão não terão mais lugar de existir. Visto que uma sociedade sem classes não leva de maneira automática à erradicação do patriarcado (sistema de dominação dos homens sobre as mulheres) : este ponto exige uma luta específica, porque ele atravessa o conjunto das classes sociais e precede o capitalismo.

A luta contra o patriarcado é uma luta pela desconstrução dos géneros masculino e feminino modelados e impostos pelo conjunto das sociedades pré-existentes. Reapropriar-nos das nossas identidades pessoais, é não aceitar integrar un estatuto social ligado ao nosso sexo e é também não aceitar que as normas actuais (hetero-sexualidade, monogamia...) sejam códigos da nossa vida. Nós desejamos viver libremente o nosso corpo e os nossos desejos. Também não queremos mais duma sociedade onde o trabalho não é uma actividade humana partilhada em função de necessidades libremente decididas, mas uma escravatura assalariada e destinada a produzir o que quer que seja, do momento que isso se venda e que os capitalistas possam realizar,por esse meio ,amplos benefícios.
É necessário que torçamos o pescoço às « velhas crenças » que são a necessidade dum crescimento, do produtivismo, do predomínio da « economía ».

Um número considerável de correntes socialistas ligaram a possiilidade do comunismo à condição de atingir-mos a abundância. Mas a ideología do crescimento, económico e demográfico, é uma corrida perdida de antemão : ela não mais faz que reforçar as desigualdades entre as pessoas e fazer baixar a qualidade da vida ; a terra não pode permitir a toda a população mundial o acesso aos modos de consumo das classes superiores dos países ricos.

As alternativas locais aos modos de consumo e de produção que tentam un pouco por todo o lado de se instalarem nos parecem reveladoras da necessidade duma reapropriação colectiva do espaço das nossas vidas que é cada vez mais restringido pelos produtivistas. Mesmo se essas alternativas, na ausência duma luta global contra o sistema e dum projeto político, permanecem limitadas quanto à possibilidade de mudar realmente a vida.

Na medida em que o nosso projeto político se foi históricamente construindo no decorrer e no coração dos movimentos sociais, das revoltas e das tentativas de estabelecer relações sociais fundadas na igualdade, é nesses movimentos que é preciso combater, e se fizer falta, levantar-se contra alguns dos seus aspectos que procurem reproduzir a antiga ordem (ou tentar recrear uma nova) de dominação. É no interior das contradições e dos conflitos actuais da sociedade que despontam os germes duma outra forma de organização social da qual os contornos aparecem por vezes espontâneamente em certas ocasiões.

Nós pensamos que é quando as pessoas se põem « em movimento », nos momentos de ruptura parcial, é aí que eles são portadores de ideias e práticas correspondendo melhor às nossas aspirações.

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